domingo, 25 de julho de 2010

Infância I I - Jacutinga


SÃO PAULO, 25/7/2010:
ESTUDO E CASTIGO                                                                                 O meu avô que chamávamos de Otootiam era rigoroso com o meu estudo e, quando eu não fazia lições punha me de castigo amarrado numa cadeira em um quarto escuro. Não era de me bater.


Quando passava algum tempo,vinha a minha tia Keiko com dó de mim e me desamarrava dando conselho para que estudasse que não haveria castigo .Ela éra a minha salvadora. Não era castigado dessa maneira sempre, mas levar bronca por não estudar éra bastante comum. Primeiro estudar, depois brincar; isto é o que ouvia diariamente .Na foto ao lado, aos 8 anos mais ou menos , eu e o Akito brincando num córrego no sítioda família Nishikawa.

BRINCADEIRAS.
As minhas brincadeiras , mesmo nessa idade , eram bastante criativas ; Fazia brinquedos de madeira usando ferramentas como serrote,martelo,formão,lima grosa, etç; Fazer caminhãozinho, aviãozinho, era a minha predileção;tinha que ser bem feito e parecer realmente; Tinha outras brincadeiras também que um dia me custou a ponta de um dos dedos da mão direita , virando a roda de ferro de uma plantadeira de amendoim; Na hora pensei em ter perdido o dedo, pois sangrava muito e não dava para ver direito e doia muito ; Como morávamos num sitio, afastado da cidade, a minha avó me fez curativo e após alguns dias é que me levaram para a cidade de Pompéia para refazer o curativo ;


Na minha casa eu éra unica criança,pois os meus tios eram adultos, e na época criança não participava de divertimentos e nem de conversas com adultos ;Assim fui aprendendo a brincar sozinho ;Além do pomar e criação , sempre havia plantios e colheitas de arroz, algodão, batata, amendoim, conforme época do ano ,e assim eu ia junto para a roça .

TRABALHOS.
Para os adultos ,o trabalho éra árduo e ia de madrugada até o por do sol ; apanhar algodão da maçã seca que abriu éra o que mais fazia,e de acordo com o que apanhava , meu avô me dava uns trocados .Lembro que acompanhava meus tios que ia matar formigas na plantação de algodão , senão eram capazes de dizimar com a plantação.Ajudava a minha Avó fazer pão,e aproveitava para fazer uns mini-pães para mim, moer soja para obter leite e derivados, torrar café e depois moer, gostava quando ela fazia bolo chamado "castera" e outros doces japones; Outra coisa que era só eu que tinha que fazer , era apanhar agrião no riacho,ovos no galinheiro ,verduras e legumes no quintal,e broto de bambu no bambusal ;

Quando tinha mais ou menos cinco anos , ganhei de presente um tricículo, uma maravilha, que brinquei muito
rodando em volta de uma mesa que tinha na sala. Como os cômodos éram de terra batida , as rodas do triciculo deixaram marcas em volta da mesa . Um outro  tio fez um patinete de madeira, que me lembro, brinquei muito.

AMIGOS DE INFÂNCIA.
De vez em quando , me levavam para  visitar outras famílias , onde tinha mais crianças e passava o dia brincando . Meus tios eram jovens e gostavam de encontrar com outros para se divertirem aos domingos; Maioria das vezes íamos para a casa da familia Nishikawa que se relacionava bem com a nossa, e eu me dava bem com o Akito . Na vizinhança dessa familia , morava Sudo-sam e Fukunaga-sam , que relacionávamos bem também e tinha amigos Makoto e Mabo que juntos com o Akito brincava sem ser discriminado .


Mais ou menos nessa época ,minha tia Keiko que chamo de irmã , me levou para casa da professora dela que convidou-a para almoçar; Foi uma macarrão-nada e tanto e bem apimentada que eu não tinha comido ainda, e gostei muito; Outra passagem foi quando , na casa de uma familia que não me lembro o nome, na cidade de Pompéia, que a tia morava para poder ir a escola, uma tarde que chovia muito , estava eu de pé numa cadeira junto a uma janela vendo a agua correr,e como fiquei algum tempo com o joelho entre as varetas de encosto da cadeira , imagino que inchou ,ficou preso e não saia. Final da história ; teve que serrar as varetas .

MENTIRA INFANTIL.
Um dia , o meu Avô mandou que eu levasse uma carta a um vizinho, distante mais ou menos três quilômetros ; Coloquei debaixo do braço e fui ; Quando cheguei no vizinho, cadê a carta ? Aí pensei, caiu no caminho ; Inventei uma desculpa para o "odissam " e voltei fazendo o mesmo caminho esperando encontrar a carta, porém nada. Chegando em casa, o meu Avô parecendo que estava à minha espera , perguntou se tinha entregue a carta ,e eu disse que sim; Ele insistiu e perguntou se tinha realmente entregue, e eu disse que sim; Aí ele me mostrou a carta e disse o que era aquilo ; Fiquei encabulado e não disse nada ; Ficou bravo comigo e disse algumas palavras que não me recordo, mas ficou gravado na minha cabeça que não se deve nunca mentir.Mais tarde vim a saber que um outro vizinho tinha achado a carta e trouxera de volta; mentira tem perna curta.

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