domingo, 2 de janeiro de 2011

Assentando base familiar

SÃO PAULO, 02/01/2011

VIDA COMPARTILHADA

Aqui, começo descrever o que considero segunda fase da minha vida : Eu e Ida, juntos, passaremos a
conviver  momentos de intensa felicidade , mas também de muitas preocupações e dores que a vida nos    
impõe.

Após seis meses do nosso casamento, o prédio da rua Gandavo na vila Clementino ainda por terminar ,decidimos ir morar : Pedimos à construtora antecipar o acabamento do nosso apartamento, ainda que todo restante ,( entrada do prédio, elevadores, escadaria, corredores, inclusive energia elétrica, tudo na   "gambiarra") estivesse inacabado, para podermos morar : Quando chegávamos à noite , subíamos  escadas no escuro, no concreto bruto ,tropeçando em coisa que não enxergávamos.

Apartamento novo e tudo demais também , e a Ida dando os primeiros passos na cozinha, tudo era
motivo de felicidade: Tudo tranqüilo no horizonte, compramos um Aero-Willys ano 62 branco, bancos de couro vermelho: Esse carro serviu para transportar algumas noivas para igrejas e depois os recém 
casados:Também sempre tinha pessoas perguntando se venderíamos. Viajávamos com freqüência , quando fomos conhecer Rio de Janeiro, Cabo Frio, Teresópolis , Petrópolis e o Museu Imperial, e circuito das águas em Minas ,além de muitos outros lugares. Gostávamos de fazer programas tanto com a minha família como o da Ida pois cabiam seis pessoas confortavelmente.

Na Willys , já entrosado, não faltava desafios para minha vontade de aprender e sentia mais c mo divertimento do que como trabalho, e assim não me sentia cansaço nenhum.

Passado um ano, preferimos mudar para uma casa por questão de costume e fomos morar num
sobrado próximo, no bairro de São Judas Tadeu, na rua Mal. Caetano de Faria; Fizemos troca do apartamento pelo  sobrado, assumindo prestações bastante pesadas :Foram dois anos
de sufoco financeiro, mas era uma época de expectativa profissional muito
positivo : era só ter vontade de trabalhar e o resultado aparecia.

Ida trabalhava numa empresa chamada Clan, que na época capitava incentivos fiscais de quem desejava investir em empresas que estabeleciam no nordeste, e juntando o salário dela com o meu pagávamos as prestações, e com as horas extras que eu fazia (muitas) na Ford, dava para
pagar despesas . Devido a inflação que existia , os salários iam sendo reajustados , e com as pres-
tações fixas , no início foi difícil , mas em pouco tempo estávamos podendo viajar e até fazer
algumas extravagâncias .

Tínhamos adquirido quota de Motel Clube de Minas Gerais que possuía hotéis e muitos em convênio em cidades turísticas; E quando não estávamos viajando em grupo, estávamos conhecendo cidades históricas , turísticas, serranas ,estações de águas ou praianas; na época o turismo ainda era pouco praticados e conhecer o Rio de Janeiro, Cabo Frio,Petrópolis,Teresópolis, São Lourenço,Caxambu, Serra negra, Águas de S. Lourenço,Caraguatatuba e muitas outras cidades nos deixou muitas lembranças e saudades ;
Além de que o nosso grupo de Estrela da Manhã estava sempre organizando viagens em ônibus fretado ou de linha mesmo, para Campos de Jordão, Itanhaém, Pico de Itatiaia , etç, ; outra coisa eram os matinês dançantes ao som de Ray Conniff , e bailes de formaturas, muito na moda na época; são lembranças inesquecíveis .


Tudo corria bem , até que em meado de 1968, o Pai da Ida começo apresentar sintomas de doença que ele dizia não ser nada ou simples azia ; ele estava empregado numa cooperativa e ia trabalhar no Ceagesp e o levávamos sempre até lá ou então até o ponto de ónibus ; Ele gostava de conversar comigo e ao invés de ficar encostado no banco traseiro, preferia ficar de cotovelos apoiados no encosto da frente falando comigo.

Como era perceptível a debilidade dele aumentando, a Ida e os irmãos decidiram leva-lo para um médico examina-lo , porque ele não queria ir; o prognóstico do médico foi de que deveria fazer exames com urgência e na mesma semana foi levado para o hospital Sta. Cruz; os resultados não foram nada animadoras , com o câncer no abdômem já em estágio avançado; mesmo assim foi decidido fazer cirurgia, e ao verificar, viu se que nada mais havia a fazer; lutou durante três meses e em novembro de 1968 faleceu deixando a esposa e nove filhos.

Segundo os filhos, o Pai teve que lutar muito para sustentar a grande família mas foi um homem simples , feliz e teve muitos amigos .

No ano seguinte houve o casamento do meu ex-colega de "república"e circulista Nelson com a minha cunhada Dina ; outro acontecimento foi a gravides da Ida que depois de quase três anos de casados , resolvemos que tinha chegado o momento de pensarmos em filhos;


23/06/2011
Aqui vou abrir um parêntese para escrever um pouco das três cirurgias reais e uma "espiritual"que tive de me submeter entre 2005 a 2011 para depois continuar novamente a escrever sobre a história da minha vida.

O problema já vinha me incomodando desde 2002 , quando iniciou uma dor próximo da virilha esquerda ao fazer caminhada que praticava : Após quase um ano procurando a origem da dor, um ortopedista do Hospital Edmundo Vasconcelos diagnosticou osteoartrose ( desgaste da cartilagem que fica amortecendo o impacto do fêmur na bacia) que pode ser por vários fatores, como idade, carência de algum nutriente, ou prática de algum esporte mais radical que não é o meu caso.

O médico me disse que o meu caso era de cirurgia ( colocação de próteses ) e que a durabilidade da prótese era de aproximadamente 15 anos, e eu estava chegando aos 65 anos, então com a possibilidade de ter que trocar a prótese um dia. Decidi não fazer nada naquele momento, pensando em pesquisar outras alternativas.

Procurei opinião de massagistas, fisioterapeutas que cuidavam de pós operatórios iguais ao meu caso e acupunturistas : As respostas eram muitas difusas e não me permitiam tomar decisão ,até que uma fisioterapeuta chamada Márcia me ofereceu um telefone de um acupunturista chinês chamado Liu, formado na China , dizendo ter ouvido falar ser muito competente.

Diante da situação , marquei uma consulta e após a minha explanação , respondeu-me que conhecia o problema e me garantiu que de modo intensivo , 3 vezes por semana, em 3 meses estaria não sentindo mais a dor : R$ 80,00 por seção , achei que valia a pena e iniciei : em três meses a dor começou a regredir e poder voltar a andar normalmente em 6 meses : fiz mais 6 meses ,uma vez por semana, pensando em consolidar a melhora, o que realmente aconteceu. Unica questão naquela ocasião foi que o plano de saúde não o reconhecia como médico e me negou ressarcir os honorários pagos .

Não voltei a fazer caminhadas por precaução: Continuei trabalhando e levando a vida normalmente por durante mais ou menos dois anos e meio, até que uma das minhas filhas , a Elisa , viu na sola do meu pé direito, próximo do centro, uma mancha escura, azul cinzenta ,em forma irregular , e difusa : Não sentia incomodo nenhum, nem dei atenção à que ela me dissera de procurar um dermatologísta : Numa seção de massagem ayurvédica pela Núria, amiga de uma outra filha minha , a Bia, notou a mesma mancha, procurou se informar e me alertou  que eu deveria procurar especialista : como não sentia absolutamente nada de anormal e cético que sou por coisas que não sinto , não dei a atenção novamente.

Ambas continuaram me alertando e cobrando uma ida minha à um médico, e a Elisa tomou iniciativa de conversar com uma amiga dela , dermatologísta Dra. Sandra : A Dra. orientou-a a me dizer que deveria procura-la o mais rápido possível para uma análise da dita mancha. Desdenhei o recado e passaram mais um mês, e numa tarde mais tranquila e como o consultório da Dra ficava perto, fui.

A Dra. observou, comparou a mancha com fotografia de um livro sobre o assunto e disse ser necessário fazer uma biópsia , que foi feita em seguida e aguardar o resultado do exame : uma semana depois, o resultado do exame indicava possível melanoma acral , um tipo de câncer de pele muito agressiva : me orientou a consultar outros médicos para eu não ter dúvida .Muito agressiva ? pensei, como, se eu tinha percebido algumas vezes, alguns anos antes, se bem que menor e também não sentia nada no local ?

Conversando com a Ida, minha esposa, sobre a questão , ela me disse que iria procurar um médico no hospital A.C. Camargo com o resultado do exame da biópsia, já que ela era Voluntária lá :A resposta veio com uma consulta já marcada e que seria necessária repetir a biopsia, o que foi feita , agora, no Hospital do Câncer: O resultado positivo confirmou o anterior .

A confirmação do melanoma na minha sola do pé não me afetou e nem alterou a minha rotina de trabalho e minha cabeça: Perguntei ao médico se era urgente a remoção e me respondeu que não tanto , mas deveria ser feita ainda naquele ano : estávamos em setembro de 2005 , e então fiquei de iniciar os exames pré-operatórios : com os exames de sangue, RX, vascular, e perguntas sobre alergias me apresentei novamente ao médico cirurgião  Dr. Edward em companhia das minhas filhas Elisa e a Beatriz .

Perguntas vão, respostas vem, não estava nem um pouco preocupado, e por curiosidade perguntei como e que tamanho seria a cirurgia , imaginando que seria só retirada da mancha: O Dr. pegou uma folha de sulfit, desenhou a planta do meu pé em tamanho aproximado, com a mancha, e fez um circulo de mais ou menos 5 cm de diâmetro em volta da mancha e me disse que seria removida toda área dentro do circulo e profundidade até o osso do pé: o circulo era maior do que a largura do pé naquela posição e então comentei que ficaria com o pé separados em partes: da frente , o calcanhar e o meio vazio: Ele me disse  que sim e que eu tinha  muita sorte : Balancei a minha cabeça e lhe disse que sorte seria essa , pois iria perder 1/3 da planta do pé : Ele me explicou que tudo que ficasse dentro do circulo teria que ser removido e portanto , se a mancha estivesse próxima dos dedos ou do calcanhar , a perda seria muito maior e criaria dificuldade de apoiar  e de caminhar: e ainda pior se fosse 10 anos atras, porque naquela época o tamanho do circulo teria que ser o dobro . A consulta terminou e ficou marcada a cirurgia para início de novembro de 2005.

Um dia antes da cirurgia, estive no hospital para fazer a localização dos gânglios através de contrastes e ultra-som na perna direita e no dia seguinte, juntamente com a cirurgia seria feito biopsia para detectar possível metâstase que a possibilidade era de 30%.

No dia da cirurgia a minha filha Elisa me levou bem cedo para o Hospital do Câncer e após algumas perguntas e orientações , fui levado de maca para a sala pré operatória e depois para a aplicação de anestesia geral : O anestesista me explicou que a cirurgia iria demorar uma hora e o efeito da anestesia iria começar logo : me apaguei !

Quando comecei a acordar do efeito da anestesia, ainda bastante zonzo , percebi que estava num quarto e rodeado de varias pessoas , que não consigo me lembrar : não conseguia me mover e muito menos a perna direita que o pé estava todo enfaixado: Mais tarde, conforme a anestesia ia passando , via a Ida ,e minhas filhas : vinham enfermeiras refazer o curativo e trazer analgêsicos ,anti-inflatórios :

Dormi relativamente tranquilo, e no dia seguinte , de manhã , o medico me examinou e deu alta: A Ida avisou, não me lembro qual das filhas, que veio me  buscar e pedi que me levasse para a nossa firma, Quattrinni que ficava no bairro de Bom Retiro .

Alguns dias antes da cirurgia , tinha pensado em como me locomover só com a perna esquerda: Experimentei cadeira de rodas e muletas , que para andar até que me ajudava, mas para descer e subir escada , vi que não resolvia : e para entrar da rua para a minha casa , tinha degraus equivalente a um andar : então resolvi fazer um andador sob medida e expliquei ao encarregado da fabrica o que eu queria : um dia antes da cirurgia ele me apresentou , testei andando , subindo e descendo escada e aprovei.

Disse acima que ao sair do hospital pedi para a minha filha que me levasse para a Quattrinni ao invés de me levar para a casa : a orientação medica para pós operatório era de que eu deveria permanecer em casa , de repouso , por 30 dias , de cama pelo tamanho do buraco feito e deixado à céu aberto , somente com o curativo : Não foi uma cirurgia em que se faz o corte, e depois de feito o reparo, fecha-se e costura com os pontos e fica aguardando a cicatrização : para evitar possibilidade de metâstase , é extirpado além da pele (grossa) , vasos sanguíneos, nervos e fica drenando liquido encharcando curativo contínuamente , sem pontos.

Passados um mês e pouco, já em meados de dez/2005, o médico achou que deveria ir para a segunda etapa que seria de fazer o enxerto : Imaginava que seria a remoção de uma porção da região qualquer do meu corpo e transplanta-la para o buraco do pé e:nem me passou pela minha cabeça de perguntar ao doutor: era semana véspera de natal, me internei novamente e desta vez a anestesia foi local (rack) e pude sentir que estavam mexendo no meu pé, na perna, porém sem sentir dor nenhuma:

Novamente no quarto, recebendo soro, Tramal e e outros medicamentos, ouvi do médico que tudo tinha corrido bem, e aí perguntei o que ele tinha feito: Disse que havia removida a pele da lateral da minha perna para fechar o buraco do pé : aí pensei, não estou sentindo nada devido a anestesia , mas vai ficar um buraco na perna : não foi nem uma , nem outra , e sim removeu somente a pele da grossura de uma folha de papel e costurou em volta do buraco do pé : o preenchimento do buraco ficaria por conta do próprio organismo ao longo da cicatrização.

Já na véspera de Natal , quando estava na maca da enfermaria recebendo curativo, o médico apareceu para observar o meu pé , e disse bem alto que eu tinha ganho um presentão de Natal: estavam presentes Elisa, Bia e funcionários que eu tinha feito amizades e ele me mostrou uma folha de papel e pediu para que eu lesse : era resultado do exame de dua biópsia feitas nos gânglios dando como negativo possibilidade de metâstase . Todos bateram palmas emocionados : na ocasião eu não tinha consciência real , que mais tarde vim entender : em caso de resultado positivo, a cirurgia teria sido apenas uma etapa ao combate ao câncer e teria continuidade com aplicação de tratamentos conhecidos como a quimioterapia e/ou radioterapia cujos efeitos colaterais são bastante danosos e ainda assim insertas ; com esse resultado tive que somente fazer exames de acompanhamento a cada seis meses durante cinco anos , o que terminou recentemente.

Quem leu até aqui, pode até pensar que estou misturando as coisas: comecei falando da osteoartose e cheguei no Melanoma : então talvez vou fazer mais misturas pois irei falar agora da coluna lombar e hérnia de disco e depois voltar ao osteoartrose que comecei falando.

Em 2007 para 2008, a dor no quadril esquerdo recomeçou e achei que era devido a sobre carga depois da cirurgia no pé direito : pagando plano de saúde caríssimo ( devido a nossa idade) nem pensei em acupuntura e comecei consulta com um ortopedista que o meu dentista ,Dr. Isaac me sugeriu chamado Dr. Rossetti. Ele me pediu que fizesse exame de R.M. e R.X do quadril.

Enquanto aguardava os exames , houve problema de vazamento de esgoto na nossa casa e depois de ouvir o pedreiro dizer que tinha que quebrar escadas e todo corredor para descobrir o local do vazamento , pensei comigo : tenho que descobrir o local para quebrar o mínimo necessário , e com o uso de mangueira d'agua consegui : no exercício de procurar o local do vazamento e o de descarregar sacos de cimentos, areias, pedras e cerâmicas do carro , me provocou uma crise de dor na coluna lombar e fui parar num hospital.

No pronto socorro do hospital Samaritano tiraram R.X ,aplicaram injeção , receitaram antiiflamatórios e me dispensaram : Passado um dia , a dor continuava e voltei ao Samaritano e dessa vez me encaminharam para ficar em observação e aplicando mais analgésicos : a cada 3 a 4 horas vinham me perguntar da dor e respondia que continuava : e assim no dia seguinte ,depois de mais de um dia em observação apareceu o Dr. Rossetti , que eu não sabia que dava plantão nesse hospital.

Depois de avaliar a minha situação, me disse que o problema era a hérnia de disco , conhecido como bico de papagaio : e me deu duas alternativas : tentar ir levando tomando antiinflatórios ou fazer cirurgia : achei que a primeira era inviável e lhe disse que preferia a cirurgia , uma vez que
eu já tinha antecedências .

Uma vez decidido pela cirurgia, começaram os exames pré-operatório e no segundo dia fui levado para a sala de operação ; imagino que seja pela dor e/ou pela emergência , não me lembro de detalhes antes da cirurgia; quando me dei conta , recobrando o sentido da anestesia, estava numa sala de observação pós operatório e a Ida estava ao meu lado; num vai e vem de enfermeiras me aplicando soro, analgêsicos , e não sei mais o que, comecei a sentir sonolência na medida que era injetado alguma dessas substância e disse à enfermeira: Ela disse que não era para eu sentir sonolência mas o fato é que logo em seguida comecei a ter dificuldade de respirar e me debater ; a Ida me contou depois que , ao me ver debatendo sem conseguir respirar correu para uma sala ao lado onde se encontravam médico e enfermeiras e eles vieram correndo; fizeram algumas tentativas e depois de um certo tempo me acalmei, voltando a respirar novamente; depois perguntando para médicos e enfermeiras o que tinha causado aquele sufoco, as respostas foram todas evasivas ; eu tive choque anafilático e a sorte foi que estava próximo de médico e a Ida no meu lado.

Depois disso fui me recuperando e no quinto dia após a cirurgia estava caminhando pelo corredor , quando o Dr. Rossetti me viu, perguntou como eu estava me sentindo e como respondi positivamente me deu alta; aliás, único senão era o efeito colateral dos medicamentos forte que me causa prisão de ventre muto forte. Um detalhe engraçado foi que , a Ida e as minhas filhas, aproveitando para me visitarem no Samaritano , gostavam de tomar sopa na padaria Dna. Deóla em frente ao hospital, e aproveitar o estacionamento de graça.

Fui para a casa com 4 parafusos grandes , duas chapas de metal e uma hérnia postiça ligando dua vértebras da coluna lombar; ainda tinha o meu andador e andar ou subir escadas não era problema, mas dessa vez não voltei ao trabalho como da vez anterior , mesmo porque praticamente tinha passado para a minha caçula Denise quase todas as questões da firma e assim pude me recuperar mais calmamente.

Passados mais ou menos 30 dias voltei ao consultório do Dr. Rossetti conforme tinha me orientado e aproveitei para falar do caso do meu osteoartrose; Ele recomentou dar um tempo, mesmo porque não era caso de emergência e tinha aguentado já 5 anos.

Ano 2010, já tinha encerrado atividade da firma ( duas lojas e uma fabrica de instalação de lojas de confecção) e estava prestando serviços para duas das minhas filhas, Denise e a Bia; Em meado desse ano , comecei a sentir dores na minha perna direita, além do que já sentia na esquerda; foi se agravando a ponto de quase não conseguir andar 50 metros , nem ficar de pé e mesmo deitado na cama para dormir , a dor me incomodava : como já andava de bicicleta e não sentia incômodo nenhum , comecei a usar para ir a muitos lugares e usar o bicicletários do Metrô. .
O meu plano de saúde ainda estava em período de carência ( o anterior de 15 anos tinha ido para o espaço junto com o encerramento da firma ) e iria terminar somente no início de dezembro, e portanto qualquer decisão que quisesse tomar , seria depois disso; literalmente cheguei até dezembro me arrastando à base de antiinflamatórios.

Contando dias para terminar a carência, procurei o Dr. Rossetti com o exame de R.M. da coluna que tinha conseguido no hospital A.C. Camargo , para falar da dor na perna esquerda ; disse que tinha havido um deslocamento de vértebra onde tinha os parafusos e que seria necessário outra cirurgia , além de ter aparecido novo bico de papagaio mais acima da coluna ; Como não sou de ficar questionando e se é que é necessário, vamos entrar novamente no bisturí, e marcamos para dia 18/12/2010, um sábado , agora no setor de ortopedia do H.C. .


Enquanto ia atrás de exames pré- operatórios , a minha filha Elisa me telefona querendo que eu fosse fazer cirurgia espiritual com o Cristóvão Brilho, e falou para mim acessar o site dele www.cristovaobrilho.com.br ; pensei e falei para ela que eu não acreditava nessas coisas e esqueci ; Dia 30/dez, umas 17 hs, quando estava eu fazendo umas entregas para clientes da Bia na V. Madalena , toca o meu celular e era a Elisa me lembrando da cirurgia espiritual naquele dia; repeti que não iria , mas de tanto ela insistir , disse que estava na rua e não lembrava do endereço ; daí um instante ela liga de novo passando o endereço pelo torpedo e quando vejo estava a umas três quadras do local, na R. Harmonia 1190; aí me acabei desarmado de argumentos e fui.


Lá encontrei amigos da Elisa que já conhecia os procedimentos e me orientaram ; quando chegou a hora do início, formou-se uma pequena fila de acordo com a senha que é retirado na chegada e na sala da cirurgia , cada um(a) com até duas anotações da sua(s) doença(s) anotado(s) numa folha de papel é mostrado ao Cristovão; Ele faz alguns gestos e toques no local suposto da doença muito rápido e pronto , terminado; depois na saída , cada um recebe um envelopinho contento pequeno cristal com orientações a ser seguido.

Poucas vezes lembrava  da cirurgia e quando ela me perguntava se sentia algum efeito , respondia que não e ela ficava frustada; nesse ínterim , os exames de laboratório estavam prontos e encaminhados ao H.C.; Faltavam 5 dias para a cirurgia , estávamos no Anhembi para assistir a presentações de ballet das netas Giulia, Anne e Leonardo e percebi que mesmo andando uma certa distância, a dor na perna direita tinha diminuído; na noite seguinte , fomos assistir apresentação de coral que a Bia participava no Sesc V. Mariana e andando, novamente percebi que a dor praticamente tinha sumido ; meio crédulo , lembrei da cirurgia espiritual e comentei com a Ida e a Bia que não estava mais sentindo dor,e elas ficaram espantadas ; e agora o que faço ? pensei ;Tomei coragem e  na sexta , véspera da cirurgia liguei para o Dr. Rossetti para dizer que não estava sentindo mais a dor, preocupado em  não saber dizer o por que, se me fosse perguntado; para a minha sorte , ele simplesmente respondeu que se não estava doente a cirurgia estava suspensa e aguardaria 30 dias para que se a dor não voltasse seria cancelada em definitivo; a dor não voltou e a cura ficou por conta da cirurgia espiritual do Cristovão Brilho; continuei frequentando as seções dele por mais 4 meses devido ao osteoartrose , mas não houve resultado que esperava.

Que alívio sentir que não teria que repetir cirurgia no mesmo local da coluna; o tempo foi passando e continuei tomando antiinflamatório somente por causa do osteoartrose na bacia esquerda que cada vez menos  fazia efeito; Em maio2011 , resolvi voltar ao Dr. Rossetti com a intensão de colocar prótese ; como ele já conhecia esse problema , prescreveu todos os exames pré-operatórios e marcamos a cirurgia para 17/06 no H.C.

Todos os exames foram satisfatórios e no dia 17 , as 7 hs estava no H.C. levado pela minha filha Bia e acompanhado da Ida aguardando o inicio do atendimento de entrada para a cirurgia ; muito atencioso, o Sr. Wallace nos levou primeiramente para o nosso quarto e depois de feito a troca de roupa para aquela de traseira aberta e azul , me transferiram para uma maca e duas enfermeiras me levaram para uma ante-sala cirúrgica; aguardei uns 30 minutos , ainda com a Ida junto de mim , quando vieram me buscar para entrada na sala de operação ; daí em diante só me lembro do anestesista dizendo do procedimento e me apaguei .

Acordei na U.T.I. com as enfermeiras me aplicando séries de medicamentos ( anti-inflamatórios, morfina, antibióticos e outros) e me pareceu estar tudo em ordem; enquanto estive no U.T.I. , devido a aplicação de medicamentos muito forte contra a dor, ( morfina e celébra) minha cabeça continuou muito zonzo , parecendo que as luzes e o teto estavam estavam girando , além muita náusea; quando soube da aplicação de morfina , pedi para que suspendesse e aí melhorou e um pouco antes de deixar o U.T.I. pedi para suspender o Tramal também.

Logo percebi que não conseguia mexer a minha perna esquerda por minha conta; já no quarto, no dia seguinte da cirurgia era impossível me mexer a perna , mas com a ajuda de uma fisioterapeuta , desci da maca e consegui dar alguns passos, inclusive apoiar o meu peso de leve ;outra dificuldade era fazer as necessidades fisiológicas e tomar banho sem conseguir levantar e nem dobrar a perna; os dias se seguiram me sentindo melhoras , com visitas de médicos e fisioterapeuta ; único problema, como já aconteceu em cirurgias anteriores , foi o intestino preso que desta vez tive que me submeter a lavagem intestinal que foi o pior da recuperação e me atrasou um dia a alta.

Na visita do Dr. Rossetti no dia da alta perguntei a ele quais seriam as minhas restrições no período de recuperação, e a resposta foi nenhuma, excesso cruzar a perna esquerda e agachar,como sentar em guia de rua; assim no dia 22, passados cinco dias da cirurgia voltei para a casa ainda sem conseguir erguer a minha perna que parecia pesar 50 quilos e quando forçado doía.

Já em casa , comecei a me locomover com a andador que fiz antes da cirurgia , na medida do piso da escada e assim desde o primeiro dia em casa subia e descia a escada sem dificuldade; no dia seguinte comecei a ir fazer fisioterapia e em seguida , andar só apoiado em bengala ;hoje, dia quatro de julho, 17 dias passadas da cirurgia já consigo andar sem a bengala e não sinto mais dor, só uma pequena limitação ao querer levantar a perna.

04/07/2011
Hoje, depois de contar a história das três cirurgias que passei vou fechar o parêntese e voltar a falar da minha vida , porém no próximo capitulo.